Faz um tempo que não posto por aqui. E agora que vim postar, talvez fuja um pouco do assunto central (ele existe?) deste blog. Mas quero falar sobre a RED.
Foi lançada recentemente (ou não tanto) essa nova câmera que promete revolucionar a cinematografia digital. Tá bom, ela não deve ser novidade para muitos, mas eu ainda assim vou insistir no meu post. Idealizada pelo dono a Oakley, a proposta da RED é fazer do Cinema Digital (E NÃO VÍDEO) algo acessível (não preciso falar também que de boa qualidade, né?).
Os caras desenvolveram então uma câmera com um CCD (veja o que é CCD na wikipedia, AQUI) full frame, ou seja, com a mesma área do negativo que as câmeras óticas de cinema sensibilizam (Super 35). Bom, este é um avanço fantástico. Todo aquele problema de profundidade de campo (basicamente, área em foco) muito grande no vídeo foi sanado. Agora, o material digital, pelo menos neste aspecto, tem "uma cara" de cinema. Observem a qualidade da profundidade de campo AQUI. Além disso, a RED trabalha com lentes convencionais de câmera de cinema (bocal PL) e a Cooke desenvolveu um jogo de lentes específico pra ela.
A câmera, no entanto, ainda não resolve um grande problema, o da latitute reduzida (quantidade de faixas de luminância - em stops - que o CCD lê).
Falando em acessibilidade, a câmera custa US$ 17.500,00 (RED STORE), mas um kit com boas lentes e bons acessórios passa de US$ 50.000,00. Ainda assim é barato, se compararmos com as câmeras de cinema digital que existem por aí (como as Viper, por exemplo).
Tá bom, este post deve estar um saco. Mas eu vou continuar. Ainda não cheguei no meu ponto.
Aqui eu cheguei. Meu ponto é: cinema digital = cinema?
A minha resposta natural é um sonoro e maiúsculo NÃO! E ponto. Mas, vamos pensar um pouco sobre o assunto.
Que o vídeo seja louvado. (pode acreditar ZL, eu disse isso). Eu serei eternamente agradecido à acessibilidade do vídeo. Sem ele, eu não poderia ter feito alguns curtas e nem estudar um pouquinho de direção de fotografia (sem fazer uma faculdade de cinema). Agora, o problema do vídeo, para quem quer fazer cinema, é quando as pessoas o tratam como vídeo. O mais comum, por sinal, é que isso aconteça. "Ah, a gente dá um jeito na pós produção".
Meu ponto final => A RED surge como uma câmera de CINEMA DIGITAL. Eu espero que as pessoas se conscientizem disso e trabalhem como trabalham com câmeras de CINEMA.
Desculpem, videomakers. Mas me irrito com a falta de critério no trabalho com imagem em movimento. O mínimo de controle devemos ter ao capturar uma imagem. Isso economiza, no mínimo, algumas horas de ilha.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
"Ah, a gente dá um jeito na pós"
Postado por braulioaraujo às 12:07
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3 comentários:
Um belíssimo post/desabafo brow!
Alguém escute esse menino, vídeo não é cinema, mas faz a gente poder BRINCAR de cinema enquanto não vamos pro mercado de trabalho.
[]s
Ps: A pós-prosução não salva, acreditem nisso '-'
Spam em blog é fogo hein!
Comentário deletado.
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